Todo ano nós da SONATA ENGENHARIA revisamos este texto com os novos dados de acidentes de origem elétrica no Brasil divulgados pela Abracopel – Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade.
Estes dados servem para subsidiar campanhas educativas a fim de reduzir as perdas de vidas humanas e perdas financeiras decorrentes do uso indevido e sem cuidado da energia elétrica.
Segue um resumo dos acidentes de origem elétrica no intervalo entre 2013 e 2016:
Tipo de acidente | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | Variação 2013 a 2016 |
Incêndios gerados por sobrecarga ou curto-circuito | 200 | 295 | 441 | 448 | +124% |
Total de acidentes envolvendo eletricidade (com ou sem vítimas fatais) | 1038 | 1223 | 1248 | 1319 | +27% |
Vítimas fatais devido a choque elétrico, incêndio por sobrecarga ou curto-circuito e descargas atmosféricas | 592 | 627 | 590 | 599 | +1% |
Vítimas não fatais de choques elétricos | 173 | 196 | 123 | 215 | +24% |
Boa parte dos incêndios são causados por instalações elétricas precárias e incorretas – as famosas gambiarras, onde se encontram:
- Emendas mal feitas (frouxas, sem uso de fita isolante, com presença de oxidação ou feitas com conectores incorretos);
- Cabos danificados (com o núcleo de cobre quebrado, com a isolação perfurada, desgastada ou apodrecida);
- Cabos mal dimensionados (suportando carga acima daquela para a qual ele foi projetado);
- Disjuntores trocados indevidamente (sem se preocupar com o tipo do equipamento ou com a bitola do cabo que está sendo protegido por ele);
- Tomadas sobrecarregadas (tomadas projetadas para cargas de até 10A sendo utilizadas acima deste limite);
- Uso abusivo de adaptadores de tomadas (o famoso “benjamin” ou “T” com 3 saídas, as réguas e os adaptadores do padrão novo de tomadas para o antigo e vice versa) ou de adaptadores frouxos ou danificados.
Ainda de acordo com a Abracopel, a maioria dos acidentes fatais causados por choque elétrico ocorre nos seguintes locais:
Local onde o acidente ocorreu | Total de mortes | Percentual do total |
Rede aérea de distribuição em locais públicos | 710 | 29,5% |
Residência unifamiliar (casa) | 619 | 25,7% |
Comércio de pequeno porte | 178 | 7,4% |
Sítio, chácara ou fazenda | 103 | 4,3% |
Indústria de pequeno ou médio porte | 59 | 2,5% |
Esses dados servem de alerta para que sejam tomadas medidas seguras quando se fala em serviços em eletricidade.
Os números ainda mostram que muitas pessoas trabalham na área elétrica sem a qualificação adequada (item 10.8 da NR-10) e sem a adoção de métodos seguros de trabalho (item 10.11 da NR-10).
Isso faz com que a taxa de mortes entre os eletricistas autônomos e os eletricistas práticos (aqueles que tem outra profissão mas também mexem eventualmente com instalações elétricas) seja mais alto que entre eletricistas profissionais:
Profissão | Mortes entre 2013 e 2016 | Percentual em relação ao total de mortes no Brasil entre 2013 e 2016 |
Eletricista autônomo | 226 | 9,4% |
Eletricista prático (pedreiro, pintor, serralheiro, soldador, ajudantes) | 328 | 13,6% |
Eletricista profissional | 84 | 3,5% |
Todas as profissões | 2408 | 100% |
A eletricidade não costuma dar segunda chance. Pense bem antes de executar um trabalho, assegure-se que sua vida esteja protegida.
Só a conscientização dos profissionais da área e empregadores poderá fazer com que estes números de acidentes de origem elétrica diminuam.
Eletricidade deve ser tratada com responsabilidade!
Para maiores informações, por favor entre em contato conosco via email ou telefone.